sexta-feira, 24 de abril de 2009

Estratégias de leitura
Como fazer da leitura uma atividade prazerosa? Afeto, atenção e comprometimento são fundamentais para a nossa prática. Utilizando as estratégias de leitura, o caminho torna-se mais fácil. O uso dos novos métodos pode fazer de nossas aulas atividades mais interessantes, lúdicas e pode fazer nossos alunos aprenderem a língua com mais facilidade, já que vão interagir com os textos trabalhados. Acredito que a leitura possibilita ao aluno estruturar seu vocabulário com maior desenvoltura, com coesão e coerência. Aulas motivadoras, alunos envolvidos e bons resultados. Quem sabe esse seria um caminho a facilitar as nossas (de professores e alunos) vidas? Os procedimentos de análise de textos segundo as estratégias, sugestões para preparo de material didático e técnicas sobre esta abordagem em sala de aula estão disponíveis para quaisquer pessoas interessadas.
A relação leitura-escrita
Na década de 80, muitos pesquisadores chegaram à conclusão de que leitura e escrita têm importantes relações uma com a outra: como habilidades, como processos cognitivos, como maneiras de aprender. Os pesquisadores destacaram a alta correlação entre bons escritores e bons leitores e viam a leitura e a escrita como um processo interativo. Notaram que melhores escritores liam mais, melhores leitores escreviam prosa mais sintaticamente madura e as experiências com leitura melhoravam a escrita mais que a instrução gramatical ou exercícios de escrita. Portanto, parece óbvio que aprendemos a ler lendo e a escrever, escrevendo. E qual seria o lugar mais adequado para estas duas práticas? A sala de aula, naturalmente. O lingüista “Sírio Possenti”, em seu livro Por que (não) ensinar gramática na escola, afirma que "ler e escrever não são tarefas extras que possam ser sugeridas aos alunos como lição de casa e atitude de vida, mas atividades essenciais ao ensino da língua. Portanto, seu lugar privilegiado.



Leitura e sucesso escolar
Neste artigo falo sobre o quanto a leitura e a aplicação das novas metodologias são importantes para melhorar o desempenho de nossos alunos no aprendizado da língua. As novas práticas de ensino têm muito a enriquecer o dia-a-dia da escola. Por exemplo, sabemos hoje que o aluno tem um conhecimento prévio da língua, produto de suas experiências e vivências, conhecimento esse que pode, efetivamente, contribuir com a leitura e o entendimento de textos. Cabe a nós, professores de língua, ativarmos e explorarmos todas as possibilidades que o aluno tem de interagir com o texto. Quando sabe que será ouvido, o aluno sente que faz parte do processo educativo e é muito mais fácil motivá-lo dessa maneira: fazendo dele nosso interlocutor, trocando idéias de verdade. Este já deveria ser um hábito rotineiro do professor, que é também um aprendiz em sua prática diária. O afeto é uma das melhores formas de chegarmos a um bom resultado. Palavras de encorajamento e de apoio só fazem melhorar o desempenho de nossos alunos.

domingo, 12 de abril de 2009

Almeida GarrettComo o Romantismo foi introduzido em Portugal?
O Romantismo chegou a Portugal durante uma das mais graves crises sociais e políticas de sua história. Dividida entre o absolutismo de D. Miguel e o liberalismo de D. Pedro IV (D. Pedro I no Brasil), a nação portuguesa viveu uma violenta guerra civil entre 1832 e 1834. Os liberais, defensores de uma monarquia constitucional, representavam a burguesia capitalista emergente contra os detentores dos bens feudais, liderados por D. Miguel. A revolução romântica alimentou-se, em Portugal, dessa revolução social e política. Os primeiros românticos, Almeida Garrett e Alexandre Herculano, participaram da Revolução Liberal e, vitoriosos em 1834, retornaram do exílio para implantar em Portugal a nova literatura romântica.
1. As gerações românticasCostuma-se dividir o Romantismo português em três gerações. A primeira (1825 a 1840), de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho, caracteriza-se pela guerra civil, pelo liberalismo e pela libertação das amarras neoclássicas. Já na segunda, ultra-romântica (1840 a 1860), representada por Camilo Castelo Branco, prevalece o passionalismo. A terceira (1860 a 1869), de Júlio Dinis, marca a fase de transição para o Realismo da década de 70.
2. Almeida Garrett (1799-1854)Pseudônimo de João Baptista da Silva Leitão. Nascido no Porto, iniciou-se na literatura influenciado pelo neoclássico Filinto Elísio, ao cursar a Faculdade de Direito de Coimbra. Participou da Revolução Liberal do Porto, em 1820, como líder dos estudantes. Em 1821, publicou o poema "Retrato de Vênus", sendo processado por obscenidade. Após a derrota do liberalismo, no golpe de Estado de 1822, Garrett foi exilado na Inglaterra. Em Paris, em 1823, conheceu a obra de Scott e Byron e compôs suas primeiras obras românticas: os poemas "Camões" e "Dona Branca", publicados em 1824. Participou do cerco da cidade do Porto em 1832 e iniciou a redação do romance histórico O Arco de Santana, publicado em 1845. Escreveu a mais importante peça do teatro romântico, Frei Luís de Sousa (1844), e Viagens na Minha Terra (1846). Folhas Caídas, coletânea de poemas líricos, foi publicada em 1853, ano anterior ao de sua morte.

Alexandre Herculano
3. Alexandre Herculano (1810-1877)Historiador e romancista, como Garrett envolveu-se na luta liberal, foi exilado em 1831 e, em 1832, participou com os liberais do cerco do Porto, onde se tornou bibliotecário até 1836. Nesse ano, publicou A Voz do Profeta e passou a dirigir a revista O Panorama, principal órgão de divulgação do Romantismo português. À frente da publicação até 1844, Herculano lançou narrativas históricas como O Monge de Cister (1841), O Bobo (1843), sua obra-prima Eurico, o Presbítero (1844), Eu e o Clero (1850) e contos e novelas, reunidos em Lendas e Narrativas (1851).
Nos últimos anos de vida concluiu sua monumental História de Portugal (quatro volumes, 1846 a 1853) e História e Origem da Inquisição em Portugal (três volumes, 1854 a 1859).
Júlio Dinis4. Júlio Dinis (1839-1871)Natural do Porto, Joaquim Guilherme Gomes Coelho formou-se médico e lecionou na Faculdade de Medicina de sua cidade. Tuberculoso, abandonou a profissão em busca de tratamento em Ovar e na Ilha da Madeira e dedicou-se à literatura. Adotando o pseudônimo Júlio Dinis, publicou seus romances em folhetins. O primeiro e mais célebre, As Pupilas do Senhor Reitor (1866), foi recebido com entusiasmo por críticos como Alexandre Herculano. Antecipando o Realismo, com seus diálogos ágeis e estilo sóbrio, Dinis esmerava-se na descrição dos ambientes e da psicologia burguesa. Publicou ainda, sempre em folhetins, Uma Família Inglesa, A Morgadinha dos Canaviais (ambos em 1868) e Serões da Província (1870). Após sua morte, aos 32 anos, seriam publicados Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), Poesias (1873), Inéditos e Esparsos (1910) e Teatro Inédito (1946).
Camilo Castelo Branco5. Camilo Castelo Branco (1825-1890)Órfão de mãe aos 2 anos, perdeu o pai aos 10. Criado por uma tia e pela irmã, recebeu educação religiosa. No entanto, aos 16 anos já estava casado com Joaquina Pereira, de 15. Entre 1843 e 1846, tentou, sem sucesso, formar-se em Medicina no Porto e em Coimbra, mas inclinava-se à boemia. Sempre envolvido em casos amorosos complicados, Castelo Branco foi preso em 1846 por raptar uma jovem. Em 1850, apaixonou-se por Ana Plácido e, quando ela se casou, foi para o Seminário do Porto, buscando refúgio na religião; mas passou a ter um caso amoroso com a freira Isabel Cândida. Em 1859, Ana Plácido abandonou o marido e foi viver com o escritor. Perseguidos, foram presos e ficaram um ano na Cadeia da Relação, no Porto.
É desse período a redação de sua maior novela passional, Amor de Perdição, inspirada em suas desventuras e na peça Romeu e Julieta, de Shakespeare. Com a publicação da obra em 1862, Castelo Branco alcançou grande popularidade.
O irônico Coração, Cabeça e Estômago (1862) e Amor de Salvação (1864) estão entre as melhores obras dessa fase. Em 1890, Camilo Castelo Branco colocou o ponto final em sua própria novela passional e suicidou-se com um tiro de pistola.