sábado, 17 de janeiro de 2009

A fase romântica de Machado de Assis

Os últimos romances Os romances Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) têm o mesmo narrador-personagem, o conselheiro Aires, que pouco age e passa a maior parte da narrativa contemplando placidamente as aventuras amorosas e existenciais dos jovens ao seu redor. A descrição dos dias de perplexidade da população carioca com a Proclamação da República, em Esaú e Jacó, é um dos pontos altos da narrativa machadiana.
(...) Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura! Quem era a flor? Capitu, naturalmente; mas podia ser a virtude, a poesia, a religião, qualquer outro conceito a que coubesse a metáfora da flor, e flor do céu. Aguardei o resto, recitando sempre o verso, e deitado ora sobre o lado direito, ora sobre o esquerdo; afinal deixei-me estar de costas, com os olhos no teto, mas nem assim vinha mais nada. Então adverti que os sonetos mais gabados eram os que concluíam com chave de ouro, isto é, um desses versos capitais no sentido e na forma. (Machado de Assis, fragmento de texto de Dom Casmurro.)

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